Ecosul resgata família ilhada no Rio Piratini
Família de Pelotas acampava nas margens do Rio Piratini quando o nível das águas subiu repentinamente isolando o grupo
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O tradicional acampamento de férias de uma família de Pelotas por pouco não acaba em tragédia. O casal Evaldir Sausen e Neila da Cruz, juntamente com os filhos – Lindamara da Cruz Salsen (14 anos), Ana Luiza da Cruz Salsen (12 anos), Ticiane Silveira (14 anos) e Gabriel da Cruz Salsen (10 anos) foram resgatados na manhã de hoje(11), pela Ecosul e Corpo de Bombeiros, depois da subida repentina do Rio Piratini. O grupo que acampava desde quarta-feira, ficou isolado pela grande vazão de água que fez o rio transbordar nas últimas horas.
Por volta das 6h30 do dia 11 o Centro de Controle Operacional (CCO) da Ecosul recebeu a informação de um usuário da rodovia, de que um veículo encontrava-se alagado na altura do km 556 da BR 116, em Pedro Osorio - local onde fica a ponte do Passo do Ricardo, sobre o Rio Piratini. Imediatamente foi acionado o Corpo de Bombeiros de Pelotas e deslocadas equipes da concessionária com uma ambulância de Resgate e viatura médica, além do apoio da inspeção de tráfego. “Nossas equipes chegaram ao local às 7h15 e logo em seguida a guarnição do corpo de Bombeiros, com o bote salva-vidas para iniciar as buscas”, informa o operador do CCO da Ecosul, Christopher Pinheiro. Por volta do meio-dia a equipe do Corpo de Bombeiros localizou a família isolada em uma mata, cercada pela forte correnteza do rio. Todos foram cuidadosamente retirados e levados para atendimento médico pelo Resgate da concessionária.
PASSEIO FRUSTRADO - Segundo Evaldir, o passeio já é tradição da família, que há mais de duas décadas aproveita os primeiros dias do ano para vivenciar um tempo de descanso em meio à natureza. “A ideia é sempre reunir a família, fazer um assado, pescar e descansar”, resume. Ele conta que chegaram ao local na quarta-feira(9) pela manhã, com a intenção de ficar até domingo(13). “Deixamos o carro na altura do Liscano e caminhamos até a praia onde sempre ficamos”, conta. Tudo ia bem até quinta-feira(10), quando o vento e as trovoadas obrigou o grupo a mudar pela primeira vez o local do acampamento. Saíram da margem do rio e foram para dentro da mata. “Era uma garoa fraca, mas com muito vento e relâmpagos”, recorda. Durante a madrugada, Evaldir foi alertado pela esposa de que a água estava subindo rapidamente.
O grupo buscou abrigo em outros espaços da mata, mas na medida em que o rio subia, não viam mais alternativas. “Começamos a sentir um desespero pela rapidez das águas e pensei em sair para buscar ajuda, mas a correnteza era forte e achei que seria mais seguro nos mantermos unidos”, ressalta. Mesmo com cinco celulares, o grupo não conseguia sinal e tentaram acionar os Bombeiros via WhatsApp. Finalmente, por volta do meio-dia de hoje, ao avistarem a chegada do socorro, a família comemorou emocionada. “Estamos todos bem e com saúde, isso é o que importa”, finaliza Evaldir. As viaturas da Ecosul levaram a esposa e os filhos de Evaldir de volta para casa, enquanto ele aguardava o resgate do carro. “Foi um susto, mas no final tudo saiu bem”, comemora.
De acordo com a Atmosfera Meteorologia, devido à grande quantidade de chuva ocorrida nos últimos dias - principalmente na região da nascente do rio, com mais de 100 milímetros entre quarta(9) e quinta-feira(10) - houve uma rápida elevação do nível do rio Piratini, que agora está bem acima do normal. “Na região de Bagé, por exemplo, choveu 228 milímetros neste período”, destaca o meteorologista Ricardo Reinke.
O Rio Piratini nasce região de Pinheiro Machado, na Serra das Asperezas, a uma altitude aproximada de 400 metros e sua foz é no Canal São Gonçalo. Separa as cidades de Pedro Osório e Cerrito, onde em 1992 aconteceu a histórica enchente, onde a ponte ferroviária foi a única construção sobre o Rio Piratini que resistiu ao forte volume de águas que desceram em grande velocidade.
Texto: Coordenaria de Comunicação Empresarial da Ecosul
Fotos: Satolep Press