Diário de Cuiabá 6

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Caros conterrâneos e amigos. Gauchada medonha. Ontem não conseguimos vencer os atuais campeões... Começamos muito no jogo, até a metade do 1º tempo, erramos gols que fizeram muita falta depois. Nossos meninos honraram a camiseta do GV e a bandeira de nossa cidade e estado, esforçando-se tudo que dava e mais um pouco. Alguns saíam chorando de dor da quadra, respiravam e alguém descia dos céus e nos mandava dizer que ainda podíamos doar-nos ainda mais. Terminamos aos frangalhos e tristes com a derrota que lutamos tanto para que não acontecesse, mas eles jogaram mais do que nós, aproveitaram as chances que tiveram e mereceram a vitória. quiçá sejam os campeões.

Nunca passei por muitas coisas que passei por aqui, mesmo sendo rodado, por isso, agradeço do fundo da minha alma a Deus, por me permitir estar com a mente sã, a espinha ereta e o coração tranquilo.  Agora mesmo,me despedi abraçado e chorando, minutos que nunca esqueceri, com um de meus anjos da guarda aqui, Luís Bonente, meu novo amigo carioca, de 56 anos, que sua filha está arrasando no vôley aqui e já chamou a atenção do técnico da seleção brasileira. Chama Luísa Scherr e tem 1;90 a guria dele. Não tem dinheiro que pague as coisas que ele disse pra mim, devo estar protegido para o resto da minha vida. Meu maior acerto, foi ter vindo para o Albergue da Juventude (Hostel), ainda chorarei mais quando me despedir del chileno Luis Heriberto, meu outro anjo, o que vai botar por terra minha fama de machão pô, mas não dá nada. Acho até que eu precisava desopilar pois há anos não o fazia. Nossa meninada e a lembrança de meus filhos, minha família e os que já se foram, também me emocionaram demais. Para alguns, é só um jogo de futsal, para a gente aqui e para muita gente aí, uma experiência surreal de vida, que nos amadurece, fortalece e faz ver o lado mais simples, lindo e verdadeiro que essa vida tem. Muito orgulho de honrar a especial família que ELE me deu, devo tudo a meus pais, os quais não tenho mais. Até o clima aqui nos ajudou (menos os mosquitos, que se apaixonaram pelo meu sangue bom). Não fui destratado uma vez que fosse por esse povo hospitaleiro do Mato Grosso. Só tenho elogios a fazer.

Hoje,dia 04/12, como tigres que somos, lamberemos nossas feridas e disputaremos nosso último jogo por estas plagas distantes. Obrigado às direções das escolas, as quais tenho prazer em trabalhar,por tornarem possível minha vinda. Ao Cláudio Caldas, ao Andreaza, Glauce, Luíza, Cebinho, Binei, ou seja, todos aqueles que arregaçaram as mangas para tornar real esse sonho. Não tenho como agradecer a todos que colaboraram e apoiaram a gente. São centenas, talvez milhares, que em pensamento e alma, estavam conosco no lindo ginásio onde jogamos, onde cabem 11 MIL pessoas. sem palavras...             Fico por aqui, com a promessa de mais dedicação ainda nesta batalha que teremos pela frente hoje e que, mais tarde, escreverei mais um Diário de Cuiabá, pois só retorno ao meu lar no dia de amanhã.   Aqui se diz: "Se o pasto tremer, pau na preá". Carmen e Karen, as melhores. Faceiro igual porco nos tomates. 1; 2;3 PEDRO OSÓRIO !!! Gente que na guerra não se entrega!