Emater

1ª Mostra de Sementes Crioulas

Por Emater - Cerrito
15/08/2007 05:00
Atualizado em 19/09/2017 14:42
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No domingo, dia 05 de agosto de 2007, a Dona Geni Oliveira de Oliveira, residente na localidade do Passo do Vieira aproxima-se das bancas dispostas junto ao Salão Comunitário do Bujuru e pergunta: Tem semente de favica ? silêncio ... os expositores se entreolham, nenhum dos primeiros a se instalar conhecem esta semente. Ela segue olhando as outras sementes expostas. Milhos: brancos, amarelos, vermelhos, rajados ou misturados com palhas brancas ou vermelhas.

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No domingo, dia 05 de agosto de 2007, a Dona Geni Oliveira de Oliveira, residente na localidade do Passo do Vieira aproxima-se das bancas dispostas junto ao Salão Comunitário do Bujuru e pergunta: Tem semente de favica ? silêncio ... os expositores se entreolham, nenhum dos primeiros a se instalar conhecem esta semente. Ela segue olhando as outras sementes expostas. Milhos: brancos, amarelos, vermelhos, rajados ou misturados com palhas brancas ou vermelhas.

Agora ela se detêm a olhar os diversos tipos de feijões expostos: brancos, verdes, vermelhos, pretos, marrons, roseos, cariocas, creme, amarelos, arroxeados, branco e preto, rajados (combinandos nas mais diversas cores), feijão vagem com fio e sem fio, para sopas, redondos, alongados, riniformes, pequenos, grandes, médios, achatados. Mostrou-se surpresa com a diversidade de feijões que lá haviam. Após seguiu conversando com amigos lá re-encontrados.

Agora mais expositores aparecem com sementes: de árvores (ipê amarelo, angico, cedro vermelho, timbaúva, periquiteira, etc), esfregão vegetal, mais feijões, abóboras, amendoins, gorga, linho, mais milhos, ervilhaca, pipocas, fumo, porongo, urucum, fava e ... a tal da favica. Procura aqui, procura dali, foi encontrada a Dona Geni. Mostrada a ela a semente, e de olhar radiante, confirmou ser aquela realmente a semente de favica que ela não via a mais de 30 anos.

As 10:00 h o Padre João Joaquim da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Cerrito oficiou uma missa para as pessoas presentes.

O Prefeito Municipal, Dr. Adão Orlando Alves, ratificou a importância do evento para os moradores da comunidade e vizinhança, pois mostra a confiança dos agricultores em dias melhores após as estiagens ocorridas nos últimos três anos.

Já o Secretário da Agricultura, Profº Antônio Zomar Tôrres Corrêa, resaltou a capacidade de organização, cooperação e trabalho da comunidade para realização do evento.

Ao meio dia foi oferecido um sucolento churrasco (com galeto e carne de porco), assados no ponto, com ótimo tempero e salada. Para quem não dispensa a sobremesa após o almoço, também havia a possibilidade de degustar vários doces.

Na avaliação do Chefe do Escritório Municipal da EMATER-RS de Cerrito, Téc. Agr. Marcus Vinicius da Cunha Duarte, o evento também permitiu aos agricultores familiares realizaram várias trocas de materiais de germoplasma entre eles, enquanto que outros agricultores encontraram sementes que julgavam não mais existir.

A tarde houve uma domingueira animada pelo Conjunto Musical Som da Terra com repertório amplo e variado.

O Café Colonial ofertado a tarde foi muito concorrido pelos presentes interessados em apreciar as iguarias lá existentes (bolos, cucas, pastéis, doces, tortas, café com leite, sanduiches, salgadinhos diversos, etc.

O Presidente da Comunidade, Sr. Jairo Maciel de Souza, mostrava-se contente com o evento, pela diversidade e quantidade de sementes presentes na mostra levadas pelos 17 participantes, pela presença maciça dos moradores da comunidade, pela qualidade do churrasco servido, pela participação das pessoas na domingueira e pela grande procura pelo café colonial. Ressaltou também que o apoio dos outros membros da diretoria e da comunidade foram fundamentais para o sucesso da 1ª Mostra.

A 1ª Mostra de Sementes Crioulas foi uma promoção conjunta da Comunidade Católica Sagrada Família do Bujuru, Prefeitura Municipal de Cerrito, Escritório Municipal da EMATER-RS/ASCAR de Cerrito e Secretaria Municipal da Agricultura. O objetivo foi de promover a troca e intercâmbio de sementes da mais diversas espécies com o intuito de garantir a sua existência para as gerações futuras.