E se a fábrica fosse nossa?

a) A Fábrica de Celulose Sendo Nossa

Por Rodrigo Netto
06/02/2007 21:07
Atualizado em 19/09/2017 14:40
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Esse sonho, que é todos nós pedrosorienses, caso torne-se uma realidade nos faz pensar como seria a nossa cidade no futuro.

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Esse sonho, que é todos nós pedrosorienses, caso torne-se uma realidade nos faz pensar como seria a nossa cidade no futuro.

Fizemos alguns contatos, entre eles, com o Engº. Victorio Menegotto, secretário de desenvolvimento da cidade de Guaíba e ex gerente de projetos da Riocell, hoje Aracruz. Nos próximos anos, a Aracruz estará expandindo sua produção de 470 mil toneladas/ano para 1.800 mil toneladas/ano, o que nos permite fazer algumas comparações com o projeto Votorantim, por serem parecidas.
Pesquisamos, também, nos sites especializados do setor de celulose e papel.

Alguns dos números obtidos, para que possamos fazer uma reflexão do que nos esperaria no futuro (cabe ressaltar, entretanto, que não são números oficiais, mas sim fruto de conversas e pesquisas):

- Investimento Total -> US$ 1 bilhão. Em geral, para cada mil toneladas projetadas, gasta-se US$ 1 milhão;

- +- 100.000 hectares de áreas plantadas, levando-se em conta que para cada 1 hetare de efetivo plantio, tem-se +- 0,5 ha de área de preservação permanente, que se destinam à conservação ambiental;

- Emprego:
1 � Durante a fase de execução do projeto, deverá atingir mais de 10.000 postos de trabalho nas diversas qualificações profissionais;
2 � Em operação normal, deverá gerar entre 450 e 600 postos na área fabril e mais de 1000 postos na área florestal;
3 � Empregos indiretos, principalmente na área de serviços, deverão ser da ordem de 3000.

- Mais de 50 empresas dos diversos ramos de atividade deverão participar do projeto, entre tantas, construção civil, metal-mecânica, elétrica/ instrumentação/ automação, serviços (transporte, alimentação, hotelaria, etc), alem é claro, das atividades de silvicultura;
- Geração de impostos � o valor depende muito da legislação e incentivos concedidos;
- Novas oportunidades � com o estabelecimento da fábrica, outras empresas deverão se instalar. Um exemplo típico, são as do setor moveleiro;

Como podemos ver, as oportunidades são muitas. O que devemos é começar a pensar seriamente qual a nossa vocação e nos preparar para disputar o espaço que estiver em jogo.

Um dado interessante, e ao mesmo tempo preocupante, são os mais de 10.000 postos de trabalho. O que num primeiro momento é motivo de euforia pelo consumo que vão gerar para o comércio e o mercado imobiliário, num segundo momento deverá ser de preocupação e, por conseqüência, exigir um planejamento eficaz por parte do setor público, haja vista que uma boa parte dessa mão de obra fica ociosa na cidade após o projeto, trazendo várias preocupações e dores de cabeça que já foram experimentadas por outras comunidades que se tem notícia.

Cumpre agora a cada um de nós entendermos ser bom ou não um investimento desta monta para a nossa cidade e região. Mas de uma coisa podemos ter certeza: não se consegue �quase� nada sem que pra isso tenha que se dar algo em troca, pois podem crer que nada será conseguido sem que haja uma contrapartida da população.

Fica valendo a sua torcida!